
30.8.08
27.8.08
Conclusões
Temos duas. A primeira é que essa coisa de ler a trabalho, em busca do erro perdido, acaba causando uma espécie de repulsa por ler. Parece castigo, restando saber onde aconteceu a afronta aos deuses. Pra completar, circulando pela Bienal do Livro, o assédio pelos vendedores de revista era tão grande (graças ao crachazinho de prof.) que, em tempos de telemarketing ativo, a aporrinhação acabou me fazendo perguntar à mocinha insistente se a bienal era de livros ou revistas. E o único balanço sério do evento é que pelo menos a cerveja não estava tão absurdamente cara.
A segunda é que, também lá, assistindo a uma palestra sobre a questão indígena (e, afinal, como ficou o caso da raposa-serra-do-sol?) com Daniel Munduruku e Mércio Gomes, esqueci de pegar o certificado e olharam desconfiado pra mim na escola. Essa coisa de hoje darem diploma até pra curso de noivos, aliada à necessidade de fazer curriculum, acabou gerando um complexo de Rabugento em todo o professorado. Agora, ao se saber de uma palestra, não se pergunta mais qual o tema. A curiosidade sobre a medalha, medalha, medalha vem primeiro.
A segunda é que, também lá, assistindo a uma palestra sobre a questão indígena (e, afinal, como ficou o caso da raposa-serra-do-sol?) com Daniel Munduruku e Mércio Gomes, esqueci de pegar o certificado e olharam desconfiado pra mim na escola. Essa coisa de hoje darem diploma até pra curso de noivos, aliada à necessidade de fazer curriculum, acabou gerando um complexo de Rabugento em todo o professorado. Agora, ao se saber de uma palestra, não se pergunta mais qual o tema. A curiosidade sobre a medalha, medalha, medalha vem primeiro.
25.8.08
20.8.08
Diálogos psicodélicos reais do ensino fundamental I
(Intervalo, corredor, fila de aluninhos da segunda série)
Professora – Vamos ficar na fila para receber o lanche!
Aluninhos – Blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá.
Professora (em tom mais alto) – Olha a fila para receber o lanche! Não cutuca a coleguinha!
Aluninhos – Blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá.
Professora (brava, em tom mais alto) – Espeeeraí, não é pra andar ainda, mocinha!
Aluninhos – Blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá.
Professora (irritada) – Paciência, nós já vamos!
Aluninha (desatenta) – Prô, nós vamos pra onde?
Professora (suspirando e falando bem devagar) – Olha, nós vamos pra Lua.
Aluninha (maravilhada) – Uuuuuaaauu! (vira pra coleguinha de trás, risonha e saltitante) – Você viu? nós vamos pra Lua!!! Vamos entrar no foguete!!! Êeeebaaa!!!
Coleguinha (desapontada) – Aaahhh, mas eu queria mesmo era ir pra praia...
Professora – Vamos ficar na fila para receber o lanche!
Aluninhos – Blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá.
Professora (em tom mais alto) – Olha a fila para receber o lanche! Não cutuca a coleguinha!
Aluninhos – Blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá.
Professora (brava, em tom mais alto) – Espeeeraí, não é pra andar ainda, mocinha!
Aluninhos – Blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá.
Professora (irritada) – Paciência, nós já vamos!
Aluninha (desatenta) – Prô, nós vamos pra onde?
Professora (suspirando e falando bem devagar) – Olha, nós vamos pra Lua.
Aluninha (maravilhada) – Uuuuuaaauu! (vira pra coleguinha de trás, risonha e saltitante) – Você viu? nós vamos pra Lua!!! Vamos entrar no foguete!!! Êeeebaaa!!!
Coleguinha (desapontada) – Aaahhh, mas eu queria mesmo era ir pra praia...
11.8.08
Educação, comunicação e democracia brasileiras
Está em curso no Brasil, ainda em estágio primitivo, um movimento denominado educomunicação, que aproxima a prática educativa dos meios de comunicação social de massas. Em 1992, na cidade de Nova Olinda, interior do Ceará, surgiu a Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri, uma referência aos primeiros habitantes índios. A região é internacionalmente conhecida pela Chapada do Araripe, campo de pesquisas paleontológicas com fósseis de mais de 100 milhões de anos. O objetivo da organização seria promover cursos de formação em programas como Memória, Comunicação, Artes e Turismo.
Aos poucos, crianças e adolescentes tomaram a casa. Na prática, a administração é hoje protagonizada por mais de 70 jovens. A cidade passou a sofrer o impacto das ações. Criou-se uma cooperativa mista dos pais e amigos da casa, a fim de explorar o potencial turístico em pousadas, cantinas, serviços de transportes etc.
A tecnologia de comunicação ali criada resultou em criação de jornal, editora, museu, grupos de teatro, música e uma rádio comunitária FM. De meia em meia hora, o noticiário da cidade é produzido e apresentado pelas crianças. Criou-se também uma TV. Cinco cidades da região passaram a sintonizar o canal local, até que... três semanas depois, a polícia federal bate à porta e indaga quem seria o responsável por "aquilo". Francisco Alemberg de Souza, idealizador da fundação, foi processado pela justiça federal. E, desde 2000, quando a Anatel lacrou o transmissor, tenta conseguir dos órgãos governamentais autorização para pôr no ar a TV comunitária.
Aos poucos, crianças e adolescentes tomaram a casa. Na prática, a administração é hoje protagonizada por mais de 70 jovens. A cidade passou a sofrer o impacto das ações. Criou-se uma cooperativa mista dos pais e amigos da casa, a fim de explorar o potencial turístico em pousadas, cantinas, serviços de transportes etc.
A tecnologia de comunicação ali criada resultou em criação de jornal, editora, museu, grupos de teatro, música e uma rádio comunitária FM. De meia em meia hora, o noticiário da cidade é produzido e apresentado pelas crianças. Criou-se também uma TV. Cinco cidades da região passaram a sintonizar o canal local, até que... três semanas depois, a polícia federal bate à porta e indaga quem seria o responsável por "aquilo". Francisco Alemberg de Souza, idealizador da fundação, foi processado pela justiça federal. E, desde 2000, quando a Anatel lacrou o transmissor, tenta conseguir dos órgãos governamentais autorização para pôr no ar a TV comunitária.
Subscribe to:
Posts (Atom)