Quando a gente é pequeno e lê no ônibus: "FALAR COM O MOTORISTA SÓ O INDISPENSÁVEL", pode pensar que "indispensável" é o nome do cobrador, e que este é o único autorizado a "falar". Ou quando ouve cantar: "O cravo brigou com a rosa / debaixo de uma latada", eu por exemplo pensava: "coitados, além de brigando, alguém ainda vai lá e dá uma latada neles?!" E não era nada disso, mais tarde descobri o significado. Mas, agora, com a gente grande... Querem nos fazer esquecer tudo o que aprendemos? E foi pensando nisso que me vi a mim, tão realista e sério - a devanear entre prateleiras de supermercado, perdido em déjà vu, segurando um alimento da marca carrefour que por alguma razão se chama "pão caseiro". Deve ser a tal arbitrariedade do signo linguístico.
Daí cheguei a uma pergunta terrível: haverá um mercado de palavras?
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