
Rio. Não a cidade das ensolaradas praias copacanas, das toscas novelas da classe medíocre. Mais... Os dias de Glória. A Fundição Progresso. A antiga rua de Mata-cavalos. O aqueduto. As rodas boêmias. Numa parede pintados Manuel Bandeira, Noel Rosa, João do Rio, Di Cavalcanti, Portinari, Madame Satã... Resta saber como os reuniram, se o segundo tinha só onze anos quando morreu o terceiro, mas, ora, está-se a ver que é liberdade artística, e basta pensar que as ruas são alternativas... e as noites, da Lapa. Aos pés dos arcos entrecruzam-se histórias, tempos, cores, classes, línguas, músicas... As rodas de samba na rua. Aqui, a igreja cuja torre levou um estrondo de canhão, à esquerda uma parede exibe, talvez, uma releitura de Debret, ali uma rua-território de muitas tribos, vamos indo nela, lá estão mendigos, e as meninas mais belas, lá estão as rodas de samba, já se sente cheiro de maconha, adiante queda-se, imóvel, a polícia, sofrendo o calor em seus uniformes, aclimatada à carioca vida, hipnotizada por um vai-e-vem, de malandros, de meninas, de crianças pobres, de turistas vários nas estreitas ruas, acolá se vê a Joaquim Silva, vamos indo pela Manoel Carneiro, vê-se bem destes degraus

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