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Se a verdade um dia se escrevesse
Nas pedras da longuíssima estrada
De tanta solidão e dor, e cada
Desejo de outro mundo, e a angústia desse...
Se toda a gente que triste vivesse
Pudesse caminhar, já conformada,
Nas ruas solitárias, rumo ao nada,
Nas mortas letras tortas que relesse...
Em vez das gargalhadas costumeiras,
Das frases desornadas, desordeiras,
Somente se ouviria o som do frio
Leitor – agricultor que explora, lavra,
Nos indolores campos da palavra,
A distância, o silêncio, o vazio...
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