8.9.09

7 de setembro

Também não fui desfilar ontem. Dia ensolarado, hino nacional, bandas e fanfarras, escolinhas, aluninhos, prefeitinho acenando para o séquito de funcionários públicos que anualmente lhe vão pedir a bênção. A cama preguiçosa e quente finalmente disse um "Fique" mais alto. "Está bem", concordei, vencido e vitorioso.

Não há nada mais estúpido que uma Pátria – esta perigosa abstração. Deveria haver o dia de queimar bandeiras, cuspir em brasões, parodiar o hino, riscar o mapa, abraçar uruguaios, argentinos, paraguaios, bolivianos etc. etc. e saber que, concretamente, não existe nada além de humanidade. E que triste seria um 4 de julho por aqui... Pior que ter uma mentira, é ter uma mentira que deu certo. E mesmo não tendo uma nação que funcione, cá pra nós, dos substantivos abstratos, "país" é o mais concreto. É comum ouvir gente dizer que Stálin foi pior que Hitler, afinal, o alemão matou judeus estrangeiros, enquanto o russo, aaahhh, o cara matou gente de seu próprio país! De longe, a ideia de país, se não for a mais perigosa, é a mais mentirosa das invenções.

Vanusa, v. é linda.

1 comment:

Leco Vilela said...

Se me permite... amén!