Não que eu tenha dotes surrealistas, mas acordei bem esquisito trás-dontonte: não sabia se me preocupava ou ria. O sonho foi o seguinte: vou fazer uma conversão à esquerda, nada aparece no retrovisor, viro, e um motoboy surge do nada, e eu, já furioso com a brusca aparição, antes mesmo que ele pudesse acionar a maldita buzina, atropelo-o violentamente. O desgraçado tem tanto azar que ao cair faz como a protagonista do Menina de ouro, com a diferença de que sua cabeça não bateu num banco, bateu foi numa vergonhosa ondulação do asfalto (existentes mesmo em ano de eleição, vá lá entender), e também que não ficou tetraplégico, entregou foi a alma a deus ali mesmo. "Fudeu", pensei, esperando a polícia chegar e torcendo pra não ter tomado cerveja.
Horas mais tarde, já passada toda a sorte de curiosos, já passada a ambulância, já removido o cadáver, chega a polícia. E eu lá, na boa, esperando. Vem três pm's, um mais velho atrás, e à frente dois mais novos, incuindo uma pm. É ela quem fala comigo primeiro, "Sua carta, cidadão", o bastante para causar no mais velho um ataque. "Você me mata de vergonha! Quantas vezes já falei pra pedir a CARTEIRA DE HA-BI-LI-TA-ÇÃO! Carta é o caralho!" A moça ouve submissa, e tenta outra vez mudando comigo o linguajar. Enquanto entrego os documentos, o mais velho vira-se para o lado e desta vez quer explodir. "Que diabos v. está fazendo aí??!!" E só então percebi que o mais novo estava a escrever no meu capô uma carta, contendo meus direitos, e já chegava à parte em que tudo o que eu disser poderá e será usado contra mim.
E acordei pensando esquisito no que quereria dizer meu sonho, na dúvida entre tomar mais cuidado com motoboys, não beber antes de dirigir, ou voltar a escrever cartas, que há tempos não mando nem ganho. Fazer um post talvez seja a melhor escolha, afinal, das tarefas, a menos trabalhosa.
1 comment:
vocês quem, cara pálida?
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