Faltam nomes para apostar nestas eleições. À prefeitura de Mauá concorrem nomes de peso, todos com muitas chances e muitos problemas. O atual prefeito, Leonel Damo (PV), se aposenta e, curiosamente, não apóia sua natural sucessora, Vanessa Damo. A filha é deputada estadual pelo mesmo partido e não escondeu o descontentamento, ao ser preterida por Leonel, que resolveu apoiar Francisco Carneiro, mais conhecido como Chiquinho do Zaíra (PSB). Carneiro foi durante muito tempo o homem-forte da gestão Damo. Mas o descontentamento de Vanessa pode ser puro teatro.
Além de Carneiro, existem ainda as candidaturas do PSDB e do PT: Diniz Lopes e Oswaldo Dias, respectivamente. Carneiro conta com o apoio do atual prefeito. Lopes tem a seu favor o saldo político de uma gestão interina em 2005, quando, como presidente da câmara, assumiu o executivo enquanto a Justiça não definia o resultado das eleições. Dias possui um legado de 8 anos de mandato, entre 1997 e 2004, quando o PT obteve aprovação popular significativa.
Problemas: o primeiro tem reprovadas pelo TCE as contas relativas a 2005, quando esteve à frente da Sama, autarquia municipal responsável pelo saneamento básico; o segundo também tem rejeitadas as contas da Câmara referentes a 2006, quando voltou a comandar o Legislativo; o terceiro tem reprovadas as contas da prefeitura pelo mesmo órgão.
Em conversa recente com um vereador petista, ouvi uma queixa mais ou menos assim: “o problema do PT, e mais urgente, do Oswaldo, é que nós temos formado muitos militantes, muitos intelectuais, muitos administradores e legisladores. Mas não formamos quadros para atuar no Judiciário; seria bom que não houvesse uma brecha de representação em tão importante espaço; não para que, com isso, o PT fosse favorecido, mas sim para que não fosse injustiçado.” E falou dos diversos casos de promotores e juízes que só querem saber de ferrar o PT.
É fato que Leonel Damo tem muita influência no Poder Judiciário. A cassação em 2004 da candidatura de Márcio Chaves (PT), seu principal concorrente, e a posterior batalha judicial provam isso. Um ano depois, Márcio Chaves enfiava o rabo entre as pernas, esgotados todos os recursos, e Leonel Damo era diplomado, ganhando tranqüilamente a prefeitura mesmo sem ter tido a maioria absoluta dos votos. Um escândalo que a população mauense não quis ou não pôde perceber.
A considerar isso, Vanessa Damo, se herdou a habilidade política do pai, incluindo a arte de trocar favores e traficar influências, conseguiu por meios judiciais derrubar todos os seus adversários, criando assim um grande vácuo político. Resta saber o que o pai deve a Francisco Carneiro para enganá-lo de tal forma, apoiando-o publicamente e, nos bastidores, derrubando-o.
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