13.1.09

Quando em férias, bela noite de céu estrelado, caminhando à beira-mar, alguém muito bacana, louco, bêbado, com uns tantos baseados, farinhas, balinhas, sabe-se lá deus o que esses maconheiros andam tomando, coloca pela segunda vez a mão em v., e agora demoradamente, é hora de dizer uma frase ridícula. Ainda assim, v. tenta ser mais prático: "Ei, companheiro, por favor, tire a mão de minha cintura." Para ouvir que: "É, o mundo ocidental tem um complexo em relação ao tato, não?"

Hahaha. O sujeito tinha senso de humor. O que te carrega para as raias do cinismo: "Não! o mundo ocidental é bastante rico em termos de diferenças, na verdade." O que não convence: a frase é inevitável. Então, a gente tenta fazê-la natural, busca pôr em segundo plano, camufla numa subordinada adverbial causal, mas o resultado é o mesmo. E se a mão, incômoda, continua em sua cintura: "É que, veja bem, temos hoje em dia... bem... por exemplo: como eu sou hétero, vejo que..." "...Hahahahahaha". De fato. Ridículo. O bom de tudo é que ninguém mais me agarrou pela cintura.

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