10.11.09

Um dia acordei com uma coisa por dentro, e a vida não tem mais o gosto de sempre, e as cores das roupas de festa não são belas, e som dos motores roncando não emociona, e os números das conquistas esportivas reduzem-se a números, e as novidades dos telejornais não tocam a consciência, e a travessia coletiva da cidade é movimento para o nada, e a multidão de homens vira peças em amontoado, e as conversas informais são códigos pré-programados, e as informações não informam, e a comédia faz chorar, e a piada não diverte, e as imagens não seduzem, e o comercial não vende, e as escolas não ensinam, hospitais resistem em salvar, e o ritmo do trabalho coletivo de todas as manhãs perdeu seu ritmo, a realidade fez-se única e eterna, e um sono sem sonhos tomou conta do dia, um mundo de cabeça pra baixo. Um dia acordei para a inexistência da humanidade.

2 comments:

Carol said...

hoje?

Carol said...

culpa minha? explique-se.