14.2.07

“Neste país de funcionários públicos, apenas dois tipos realmente trabalham: os professores e os policiais.” É o que diz – diz e repete – um certo amigo meu, provocador. E eu, que em criança sempre temi a ambos, hoje entendo melhor os primeiros, e procuro não criticar muuuuito os últimos. Pode até ser corporativismo, desconfio. Mas o fato é que esta semana, que pode parecer a ti, leitor, vulgar, vagabunda e sem graça, com os mesmos sete dias das outras, esta semana me deu, pela primeira vez, uma sala, uma aula e 30 pré-adolescentes, de 10m2 aquela, de 50 minutos esta, de 12 anos estes, de ambos os sexos e muuuuuitos hormônios. E eu adentrei aquela sala: embaixo do braço a Gramática do Bechara, a confiança e minhas mais modernas concepções pedagógicas. E deu tudo errado. Ao fim de seis aulas, andei desnorteado pelas ruas de um meio-dia quente. Passados 100 minutos, cheguei esbaforido ao meu quarto. E durante um mau tempo que o sono levou pra me levar, pensei seriamente em toda minha carreira acadêmica até aqui. E, dormindo, sonhei com bolinhas de papel, tiros, viaturas, carteiras arrastadas, correria, desordem, adrenalina, verbos no imperativo, verbos no imperativo, verbos no imperativo...

1 comment:

Anonymous said...

Postei como anônimo, mas sou o Mauricio, quem é da FSA me conhece, pelo menos os de minha turma.
Vim por meio desta fazer uma correção, há mais uma espécie de funcionário público de trabalha.
Os funcionários da saúde.
O resto é tudo meio vagabundo, principalmente os companheiros do PT.