Confesso ter me surpreendido com a natureza conservada do lugar, levando em conta a quantidade de gente que o habita (imagino não passar de 200 pessoas). Sem energia elétrica, sem escolas, sem estradas, meio que sem perspectivas, e ainda sofrendo diversas pressões para se retirarem do lugar, os habitantes resistiram e transformaram o terreiro de suas casas em quiosques, cafés, pequenas mercearias, áreas de camping, e sobrevivem do turismo. Pensando em inovação, desenvolvimento sustentável e proteção às matas, achei até um bom exemplo de exploração do potencial ecoturístico brasileiro. Não? Não. Nem todos pensam assim.
Esta nova lei diz que “é vedada a supressão de vegetação primária para fins de loteamento e edificação”. Se os condomínios detiverem sua expansão, talvez continuemos a contar com este um décimo de mata para as futuras gerações. No entanto, os moradores da Praia do Sono constantemente se queixam de assédio. Embora a maioria não queira sair, alguns moradores venderam suas propriedades, e o Laranjeiras parece ter ampliado seus limites nos últimos tempos. Agora, pensemos: lá existem trezentos lotes de mil metros quadrados, mas a maioria dos proprietários tem mais de dois lotes; cada lote custa aproximadamente trezentos mil dólares; um terço do IPTU arrecadado pela prefeitura provém do condomínio (embora nos seja leviano afirmar que haja elementos favoráveis ao tráfico de influência); uma diária no Laranjeiras custa mil reais em baixa temporada. Supondo que o negócio esteja rentável, o que um administrador de condomínio de luxo faz: respeita a lei ou amplia lotes para venda? Pelas trilhas, já começam a aparecer algumas placas.
O fato é que o modelo desenvolvido pelos caiçaras não agrada. Parece haver um incômodo muito grande em relação ao público recebido, que fica “perigosamente” próximo de uma elite que quer ter exclusividade na contemplação
2 comments:
Eu como uma ambientalista,considero essa ideia de almentar o condominio ridicula,essa é só mais uma forma de destruir o pouco que nos resta da natureza.
Sou uma frenquentadora da praia do Sono que considero um lugar maravilhoso uma das praias mais bonitas e preservadas que já conheci,me considero uma "durista" como relata a ambientalista Adriana Mattoso,prefiro ser assim cuidando e protegendo a natureza com o propozito que meus filhos e netos possam desfrutar também de toda essa beleza e paz que ela nos traz,considero que os caiçaras deveriam continuar a abitar esse local por que é eles que ajudam a preservar e manter uma cultura que só se obtem quem mora lá.Esse preconceito de que a praia é frequentada pelos [i]durista de mochila,miojo e drogas[/i] é ridiculo,pois eu como frequentadora da praia do Sono vou para lá a procura de tranquilidade,paz e de desfrutar dos frutos que a natureza nos traz,e não para destruir a natureza ou para marginalizar o local.
Muito bom o artigo.
To indo pra lá pela primeira vez, logo após o Natal e volto dia 2 de janeiro.
Vou lá praticar um pouco de Durismo consciente!!
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